Bem, então vamos quebrar este tabu de uma vez por todas:
Regra um: Se adicionarmos um ATF diferente da marca e características exigidas pelo fabricante da transmissão, ela pode até funcionar, em contrapartida o tempo de vida dela que vai mudar sem que ninguém perceba.
Regra dois: Se as propriedades do ATF usado, for diferente do recomendado a transmissão pode mudar seu comportamento (trancos, patinações e ruídos) e não vai existir mecânico que vai conseguir repara-la, pois não se trata de um defeito.
Regra três: Depois de colocada na caixa, é praticamente impossível se saber qual tipo de ATF foi usado, exceto pela cor exclusiva de alguns fabricantes.
Regra quatro: Saiba de antemão qual tipo é usado pelo seu carro e como verificá-lo.
Regra cinco: Não existem ATFs vitalícios, seja qual for a marca do carro.
Mas afinal para que serve o ATF?
O ATF é um fluido de multi-propósito que, dentre várias finalidades, ele:
- Resfria a transmissão;
- Limpa as peças;
- Lubrifica o sistema;
- Ajuda a transmitir força;
- Garante a pressão interna necessária;
- Inibe depósitos de verniz e impurezas;
- Protege os metais contra oxidação.
O ATF não se deteriora como o óleo do motor que com o uso é esperado ficar escuro, portanto se o fluído de sua transmissão ficar escuro, pare imediatamente pois, algo está errado!
Qualquer ATF contém ingredientes em sua fórmula que melhoram consideravelmente sua estabilidade quanto à oxidação e possui também aditivos inibidores de corrosão e borbulhamento. Com o uso e intempéries, estes aditivos e ingredientes deterioram-se causando a perda da capacidade e viscosidade do óleo. É justamente esta perda que leva a transmissão a funcionar incorretamente até quebrar. Trocar o ATF em intervalos de quilometragem de 40 a 60 mil ou a cada 2 ou 3 anos é extremamente recomendável. Os ATFs mais modernos são mais estáveis e resistentes, podem durar mais, mas também devem ser trocados.
Onde compro ATF?
Nas concessionárias da marca, nas distribuidoras de óleos, no posto de gasolina, nas oficinas especializadas, porém exija somente o que seja do mesmo tipo e aplicação, pois as características devem ser iguais ou superiores ao recomendado.
E quais são os tipos de ATF?
Ao longo dos anos sempre houve uma confusão geral sobre este assunto em função da quantidade de marcas oferecidas. Então vamos conhecer a maioria deles:
Type F – Introduzido pela Ford em 1967 e que foi usado também pela Toyota.
Type CJ – Especial para linha Ford C6. É similar ao Dexron II e não deve ser usado em carros com Type F
Type H – Mais um ATF designado pela Ford e não é igual ao Type F ou Type CJ.
Mercon – Designação atual da Ford, introduzido em 1987. É similar ao Dexron II. Substitui os fluidos Ford anteriores exceto Type F
Mercon V – É o nível mais alto da Ford atualmente. Foi introduzido em 1997 e é destinado à Ranger, Explorer V6 e Aerostar, assim como para os carros Windstar, Taurus/Sable e Continental a partir de 1998. Não deve ser usado em veículos anteriores da Ford.
Dexron – Designação GM para o ATF de seus veículos automáticos.
Dexron II – ATF melhorado com controle de viscosidade superior e inibidores de oxidação adicionais. Pode substituir o Dexron.
Dexron IIE – Fluído GM criado especialmente para suas primeiras transmissões eletrônicas.
Dexron III – Substitui o fluido Dexron IIE e implementa melhor controle de oxidação e corrosão. Foi desenvolvido para uso nas transmissões GM eletrônicas.
Dexron III (H) – Introduzida em 2003, é um nível superior com novos aditivos resiste a alto impacto.
Dexron III/Saturn – ATF diferenciado quimicamente para uso em veículos Saturn da divisão GM.
Dexron-IV – Sem informações até a presente data exceto que foi desenvolvido para uso em muito baixas temperaturas.
Dexron-V – Sem informações até a presente data.
Dexron-VI – Introduzido em 2006 para as transmissões GM Hydra-Matic 6L60/6L80 6-marchas com tração traseira. Pode ser usado como substituto dos ATF Dexron III e III(H).
Chrysler 7176 – Quando de sua apresentação ao mercado era o ATF versão Chrysler para seus veículos de tração dianteira (FWD)
Chrysler 7176D (ATF+2) – Introduzido em 1997, implementa aditivos que permitem circulação do fluxo em baixas temperaturas.
Chrysler 7176E (ATF+3) – Implementa melhor estabilidade para o ponto de ruptura das propriedade do ATF. Passa a usar uma base lubrificante de qualidade superior. Indicado para as caixas de 4 marchas e não deve ser substituído por ATF tipo Merkon ou Dexron exceto quando aditivados para tal.
Chrysler ATF+4 (ATE) – Introduzido em 1998, o ATF+4 é sintético e substituto do ATF+3 anterior. Usado primariamente para os veículos 2000 e 2001, pode substituir e ser usado nas transmissões anteriores, (exceto nas minivans anteriores a 1999 inclusive, equipadas com a 41TE/AE). Neste último caso o ATF+3 é o indicado por ter características que evitam a trepidação do conversor de torque em determinadas situações.
NOTA: A regra a ser seguida é a seguinte: O ATF+4 Chrysler deve ser usado sempre que a especificação do manual assim o exigir. A coloração vermelha original deste óleo não é permanente. Diferente dos outros, ele vai mudando de cor até ficar escuro e ficar marrom. Possui um odor peculiar que modifica-se com o tempo. Por este motivo com o ATF+4 original, não baseie-se na cor e odor, pois é impreciso qualquer julgamento. Use sempre a tabela de troca regular do fabricante, mas que não deve exceder a 60 mil quilômetros.
Chrysler ATF+5 - Desenvolvido para veículos a partir de 2002.
APLICAÇÕES IMPORTANTES:
BMW LT7114l ou LA2634 – ATF especialmente formulado para transmissões BMW.
Genuine Honda ZL ATF – Desenvolvido para transmissões Honda, exceto CVT.
Mitsubishi Diamond SP-II & SP-III – Fórmula especial para Mitsubishi.
Nissan J-Matic - Fórmula criada pela Nissan pra suas transmissões.
Toyota Type T, T-III & T-IV – É o fluido original desenvolvido pela fábrica para suas transmissões Lexus/Toyota.
NOTA: É fácil confundir-se com as inúmeras quantidades de fabricantes e palpiteiros sobre o assunto ATF ou fluido de transmissão automática. Preço é um fator que convida ao erro, portanto siga as especificações técnicas escritas nos rótulos e classificações SAE e API ou então use exclusivamente o óleo original de seu fabricante. Ele pode custar mais caro, mas é o único que não apresenta dúvidas. Como dito no começo deste artigo, usar o ATF errado pode diminuir consideravelmente o tempo de vida de sua transmissão.
Virgílio Amaral
Consultor Autotrans
QUAL TIPO DE FLUIDO DEVE SER USADO?
A transmissão Automática utiliza um tipo especial de óleo, chamado Fluido para Transmissão Automática, ou ATF. Este fluido tem inúmeras funções na transmissão, incluindo a lubrificação, arrefecimento e aplicação das embreagens.
O ATF proporciona ainda a conexão entre o motor e a transmissão, através de um acoplamento hidráulico chamado de conversor de torque. E, quando comprimido entre as embreagens, o ATF age como uma “cola”, proporcionando uma fricção adicional e mantém a capacidade de acionamento do veículo.
Assim, o ATF é um fluido muito versátil. Esta é a razão pela qual a conservação deste fluido pode ser muito crítica para a vida da transmissão.
Há alguns anos atrás existiam somente dois tipos de fluidos no mercado: o Tipo A e o Tipo F. Convencionalmente se dizia que o Tipo F era para as transmissões Ford e o Tipo A para as demais transmissões.
Nos dias de hoje, são quatro os principais tipos de fluidos existentes no mercado. E existem dezenas de marcas e estilos para se escolher.
Então, como saber qual o fluido adequado para a sua transmissão? O modo mais fácil de saber o tipo correto de fluido é verificando o manual do proprietário. Ele irá dizer exatamente qual o tipo de ATF recomendado pelo fabricante do veículo. Você também poderá encontrar uma recomendação na vareta medidora do cárter. Qualquer um dos recursos citados é razoável para determinar qual o tipo correto de fluido para a sua transmissão.
Tipos de Fluidos
Abaixo está uma lista dos diferentes tipos de fluidos e as diferenças básicas existentes entre eles:
Tipo F – Este fluido foi destinado aos Fords que utilizavam embreagens de bronze; a última transmissão produzida com embreagem de bronze foi a Cruizematic nos anos 70. Em não se tratando de carros antigos ou clássicos, pode ter certeza absoluta de que os veículos modernos não utilizam o fluido Tipo F.
Dexron III/Mercon – Este é um dos fluidos mais comuns do mercado. A maioria das unidades da GM e Ford utiliza este tipo de ATF, assim como muitos importados. Se o manual do proprietário recomenda qualquer um dos Dexron ou Mercon – menos o Mercon V – este é o fluido que você necessita.
Fluidos Estilo HFM – Este fluido é indicado para Modificar Altamente a Fricção; é um fluido que proporciona diferentes características de fricção do que o Dexron III/Mercon. Este fluido é apresentado sob diferentes nomes, incluindo ATF+ Chrysler – também chamado 7670. Outras montadoras que também utilizam o ATF HFM:
• Honda / Acura
• Jeep / Eagle
• Hyundai
• Toyota / Lexus
• Saturn
• Sterling
Estes fluidos são intercambiáveis? Eles deveriam ser .... pela lógica eles são. Mas seja sensato e utilize sempre o fluido especificado pela montadora do veículo.
Fluidos Sintéticos – Um grande número de fabricantes tem deixado de utilizar os fluidos de base orgânica, em favor dos fluidos sintéticos. Testes preliminares mostraram que a maioria dos sintéticos tem características de modificação de fricção, similares ao Dexron III/Mercon, mas com resistência melhorada ao calor, oxidação e cisalhamento. Em termos simples, os sintéticos duram mais.
Os óleos sintéticos são uma das razões pelas quais alguns fabricantes estão começando a eliminar a vareta medidora das transmissões. Eles perceberam que o ATF deve durar mais tempo, e assim não há razão para as pessoas interferirem na transmissão e seu funcionamento. Será que eles funcionam? Será que os sintéticos farão as transmissões funcionarem por mais tempo, sem a intervenção humana? Isto somente o tempo poderá dizer.
CUIDADO: O fluido sintético Mercon V da marca Ford, pode causar uma pequena confusão. Se o manual diz Mercon V, ele quer dizer que o fluido é sintético; se o nome for Mercon sem o “V”, significa o regular ATF Dexron III/ Mercon.
Aditivos para Alterar as Características de Fricção
Do mesmo modo que existem diferentes tipos de ATF no mercado, existem também algumas empresas químicas que vêm com uma idéia para diminuir os custos tanto para o reparador quanto para o proprietário. Eles desenvolveram aditivos que misturados ao Dexron III/Mercon padrão, alteram as características de fricção para combinar com outros tipos de fluidos.
Um dos aditivos mais comuns é o HFM. Quando misturado ao Dexron III/Mercon, ele altera as características de fricção o bastante para permitir que seja utilizado em qualquer transmissão que requeira fluidos HFM.
Se a transmissão foi reparada e o fluido foi substituído, a oficina pode ter utilizado algum aditivo HFM juntamente com o Dexron III/Mercon, na transmissão. Neste caso não há problema, pois estes aditivos são exatamente para alterar as características de fricção dos fluidos.
Contudo, se a transmissão ainda estiver dentro da garantia, utilize somente o ATF recomendado pelo fabricante. Outros aditivos ou fluidos podem afetar a garantia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário